quarta-feira, 6 de maio de 2009

Dinheiro X Felicidade

"Se dinheiro não traz felicidade, então me dê o seu!"

Essa fase bem giclê é utilizada pelos adoradores do dinheiro para contra-atacar os desapegados pelas verdinhas, porém, felicidade é algo muito difícil de teorizar. Cada sujeito tem seu conceito sobre felicidade, uns gostam de bens materiais e são felizes com eles, outros são completamente desapegados ao dinheiro, vendo a felicidade ligada apenas às relações afetivas ou nas pequenas coisas prazerosas da vida (um momento com o filho, cachorro, um pôr-do-sol ou uma caminhada...)

Cada um na sua, sem críticas ou elogios, o importante é ser feliz!

Sinceramente, eu não sei realmente o que traz a felicidade, mas acredito que seja a complexidade da união de dinheiro com sucesso na vida sentimental e familiar.
Minha avó dizia que a vida é uma faca de dois gumes (eu nunca entendi direito isso), mas acredito que ela queria me dizer que na vida temos o lado financeiro e o lado sentimental.
Não consigo ver felicidade na pobreza. A pobreza é triste. Não vivemos mais como na antiguidade, onde o homem produzia seu próprio alimento e todas as coisas fundamentais para seu sustento. Hoje, apenas através do dinheiro conseguimos ter o mínimo para vivermos bem e saudáveis, sem falar nos luxos.
Da mesma forma, não vejo muita chance se ser feliz com muito dinheiro e sem amigos, família, amores... Até acho que o excesso de dinheiro causa afastamento dessas "coisas" tão importantes. O cara que se preocupa muito no lado financeiro da vida acaba tendo de deixar de lado muitas outras coisas que, no futuro, farão muuita falta.
O dinheiro não cai do céu e nem vem sozinho, ele vem junto de um fardo pesado de responsabilidades e de dores de cabeça, portanto, quanto mais dinheiro, mais chances de ser infeliz no lado sentimental.

De novo acredito que a receita está no equilíbrio entre esses dois lados da vida.

O grande problema é que a arrasadora maioria dos brasileiros não possui qualquer tipo de educação financeira, isso não é assunto na escola nem na maioria dos lares (no meu pelo menos não foi). Ao invés de preocupar-se em formar um cidadão responsável, com senso crítico, educação financeira, educação política... o atual sistema de ensino investe seu nobre esforço para dar aos jovens a formula de bháskara, a equação de segundo grau e o movimento retilíneo uniformemente variado. Ainda bem que uso isso todo dia na minha vida!

Estou começando pra valer a fase produtiva de minha vida e um livro caiu de bandeja no meu colo. Chama-se Divida Boa, Divida Ruim, de Jon Hanson. Este livro é mais ou menos na mesma linha do best seller Pai Rico, Pai Pobre, porém mais técnico e direto, sem firulas. Ensina como fazer para ter uma vida tranqüila e estabilizada financeiramente, mesmo iniciando com um pequeno salário.
Este livro dá ferramentas para driblar a emoção, substituindo pela razão.
Um obeso come uma barra de chocolates na emoção, mesmo sabendo que não poderia.
Um fumante fuma uma carteira de cigarros na emoção, mesmo sabendo que isso vai poluir seus pulmões.
Um bêbado toma uma garrafa de whisky, mesmo sabendo o mal que isso o causará.
Uma pessoa normal compra um bem de consumo comprometendo todo seu dinheiro ou (no caso de financiamento) até o que ainda não tem para satisfazer a emoção de possuir algo que o diferencie momentaneamente dos demais. A mídia, a publicidade, os comerciantes e os banqueiros adoram isso!!!
Impossível evoluir financeiramente sem saber controlar as emoções. Impossível evoluir financeiramente com um carnê do BV de um kilo no porta-luvas do carro novinho em folha (que vai estar velhinho aos pedaços quando o dito carnê chegar ao fim) comprometendo grande parte de seu rendimento mensal.
Vejo que nossa sociedade está na contramão (inclusive eu estava), com raras exceções. O povo só pensa no ter hoje, sem pensar no ser hoje para ser e ter amanhã.
Um projeto de vida grandioso, para ter êxito, necessita inicialmente muita dedicação, disciplina e estudo, mas isso além de chato é difícil não é?
Um grande amigo meu concorda que o segredo está no equilíbrio, porém ele diz que o equilíbrio é sem graça! hehehehe Ainda bem que ele fala isso por experiência própria, ou seja, ele leva uma vida de sucesso, super equilibrada. Acho que ele acharia mais chato ter um monte de dívidas ao invés de um monte de ativos! (imagino eu!!)

Vou parar de escrever esses textos longos e chatos. Só publiquei esse pois estava a um tempão escrito e tô sem idéias novas por ora, mas espero que ele possa ajudar alguém que, como eu, estava na onda de gastar tudo que ganhava e sonhava com o dia em que ia ganhar mais para poder gastar mais kkkkkk que ilusão!